segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mochilão - Sucre e Potosi - Bolívia

No dia 28/12 acordamos em Santa Cruz e partimos de táxi (60 Bs.) para o aeroporto, afinal, tínhamos um vôo marcado para às 10h15 para Sucre.
Chegando lá, nos informamos sobre pagar alguma taxa de embarque, pois haviamos procurado, ainda no Brasil, pelo site da Decolar.com que cobrava só de taxa, o valor de R$ 111,00 cada e também procuramos por agência de viagem, da qual compramos a passagem por R$ 116,50 cada, então, por essa diferença, estávamos preparados para pagar uma taxa de uns R$ 100,00 mas tudo que pagamos foi 15 Bs. cada, por ser vôo nacional. Em um vôo internacional o valor da taxa é de US$ 25.
Lá encontramos as brasileiras Thais e a Amanda que também pegariam esse vôo que atrasou e foi transferido primeiro para as 12h30 e depois para as 14h. Aproveitamos para almoçar no próprio aeroporto que tem a Subway como uma das opções.
Já dentro do avião, em 30 minutos estávamos em Sucre e havíamos saído de 416 metros acima do nível do mar para 2.750 metros acima do nível do mar sem nenhum sintoma de mal de altitude. Pegamos um táxi até a praça central por 30 Bs.
Em Sucre passamos a tarde e aproveitamos para conhecer e fotografar alguns lugares que havíamos recebido indicação, como a loja Chocolates Para Ti (realmente muito gostosos), Plaza 25 de Mayo e o Mirante Recoleta onde há uma feirinha de artesanato. Também aproveitamos para cambiar mais alguns dólares a 6,90 Bs. na Casa de Câmbio España que fica na C. España, 134.
Às 18h30 pegamos um táxi rumo à Potosi por 35 Bs. cada. A viagem durou mais ou menos 2h30 enquanto de ônibus levaríamos 3h a 4h por 20 Bs. A estrada é muito perigosa com curvas do início ao fim e se torna ainda mais assustadora dependendo do motorista (maestro) que você pegar. Por esse motivo, seria melhor termos saído até às 17h, pois pegamos um longo trecho de estrada a noite.
Saindo de Campo Grande / MS o Daniel ganhou uma medalha de proteção, da avó, e durante as ultrapassagens de alto risco ele disse:
- Galera! Acho que agora é a hora de eu usar a medalhinha! - colocou o cinto de segurança e segurou na minha mão, então, comecei a rezar! hehehehe
Chegamos em Potosi às 21h a uma temperatura de 15ºC e o taxista ainda nos sacaneou nos deixando em frente ao terminal de buses dizendo que o hotel estava "logo ali, na rua lateral", então descemos e não encontramos nada! Nessa hora, o taxista já tinha sumido! Perguntamos a outro taxista e ele nos informou que o Hostal La Casona, que iríamos ficar, estava à umas 10 quadras dali, então pagamos mais esta "corrida" por 20 Bs.
No hostal, pagamos 77 Bs. por um quarto para quatro pessoas com banheiro privado. Ao entrarmos no quarto e olharmos para a cara um do outro, percebemos o quanto estávamos mal, pálidos, tontos e com falta de ar. A sensação era ruim, o raciocínio ficou lento e a cabeça doía. Resolvermos beber um pouco de água e comer alguns amendoins salgados que tínhamos na mochila. Ao pegarmos o saquinho de amendoim, ficamos assustados e caimos na risada quando vimos que ele estava estufado e o Gilvan disse:
- Cara, imagina como não devem estar nossos órgãos!!!
Depois disso, eu e o Daniel resolvemos sair para ver a cidade enfeitada a noite, já que a Keila e o Gilvan haviam sido nocauteados pela altitude.
Ao chegar na Plaza de Armas, tiramos algumas fotos e logo retornamos pois, como já era tarde, a cidade estava vazia e não nos sentindo muito bem, resolvemos entrar em uma pizzaria que tinha na porta, a placa anunciando 'sucos naturais', então entramos para comer algumas frutas. Pedimos laranja e banana e ao perguntar quanto custou, o garçom disse que não sabia quanto cobrar, então pagamos 10 Bs., e retornamos ao hostal, afinal, não é normal um cliente entrar em uma pizzaria e pedir banana e laranja! hehehe
Chegando no hostal, a Keila e o Gilvan já estavam melhores, então gravamos um vídeo de como tinha sido nossa vinda de Sucre para Potosi e como nos sentimos ao chegar a uma altitude de 4.200 m.a.n.m. Conversamos um pouco, demos algumas risadas, e fomos dormir.
No outro dia, tomamos café no hostal e eu, o Daniel e a Keila fechamos o passeio das minas de Cerro Rico no próprio hostal. O Gilvan achou melhor não fazer o passeio.
Pagamos 70 Bs., por pessoa e ali mesmo já nos equipamos e saímos por volta das 9h, em uma van. Éramos um grupo de 10 pessoas, 5 brasileiros. Fizemos uma parada em uma barraquinha, onde o guia deu algumas explicações de alguns produtos que os mineiros usam na mina, como dinamite, detonador, folhas de coca, rerigerante, cachaça, etc... Nessa parada os turistas geralmente compram alguma coisa para levar de presente para os mineiros. Levamos refrigenrante, cachaça, e folhas de coca. Quase uma hora depois entramos novamente na van e seguimos em frente. Fizemos uma nova parada para mais explicações e fotos, e por volta de 10h30 havíamos chego. Já era quase 11h quando entramos na mina.
Logo na entrada encontramos o Tio Supay, uma estátua criada pelos mineiros, que representa a criatura dona do interior da terra. Em busca de proteção no trabalho, os mineiros fazem oferendas com álcool, cigarros e folhas de coca para o Tio Supay.
Eles trabalham a semana toda, saindo apenas no sábado para vender o que extrairam (zinco, chumbo, cobre e estanho). Durante sua jornada de trabalho, eles não comem nada, apenas mascam folhas de coca, para evitar o mal de altitude e saciar a fome, além disso eles tomam refrigerante com cachaça para se manterem aquecidos.
Ficamos 2 horas dentro da mina, conversamos com vários mineiros e observamos o árduo trabalho deles.
A mina é um labirinto. Imagine um queijo suiço, após entrar, você encontrará vários outros acessos em seu interior, onde em alguns momentos você precisará andar agachado ou até mesmo engatinhar para subir ou descer alguns andares em que se encontram alguns mineiros trabalhando. Sua única fonte de luz dentro da mina é a lanterna do capacete, sem contar o forte cheiro de enxofre, então é recomendado levar uma máscara dessas de cirurgiões ou até mesmo utilizar um lenço improvisado para melhor respiração. Para encarar essa aventura é melhor já estar aclimatado em relação à altitude, não sofrer de claustrofobia, asma, problemas respiratórios ou do coração e estar em boas condições físicas.
O passeio terminou por volta de 13h30 quando retornamos ao Hostal La Casona.
Potosi também possui um Restaurante Giratório, que segundo informações do livro Guia Criativo para O Viajante Independente na América do Sul ele gira entre 12h-13h e 17h-18h. Logo que retornamos da mina, fomos pra lá almoçar. Não pegamos o momento que ele gira, mas além de girar, o restaurante tem uma vista legal de toda a cidade. É possível pegar um táxi até a entrada e o acesso se dá por elevador. Aproveitamos para experimentar a Potosina, cerveja da cidade de Potosi, mas infelizmente a cerveja veio novamente quente!
Enquanto almoçavamos, começou a chover,  esperamos a chuva passar para irmos embora pegar nossas coisas e embarcar no bus para Uyuni, onde chegaríamos a noite.
Compramos a passagem para o Uyuni também no Hostal La Casona, por 39 Bs. Saímos às 18h do terminal de buses e chegamos em Uyuni já quase meia noite.


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